sexta-feira, 7 de agosto de 2009

acorde, os tempos mudaram.

Dormia tranquila todas as noites, no dia seguinte me acordavam pra mais um dia na escola. Eu subia pra cozinha, onde tinha uma mesa cuidadosamente feita e decorada com bolas de aniversário atrás da cadeira; e tinha direito até à surpresinhas. Posto à mesa um banquete, era meu café da manhã! Meu pai me servia com carinho. Comia satisfeita, escovava os dentes, e colocava o uniforme, pontamente passado e posto à minha disposição. Me buscavam na porta de casa, eu toda pronta, só pegava a mochila. Não tinha dever de casa para aquele dia, e mesmo se tivesse, me avisariam. Ia pro colégio feliz, era uma criança! Todos os meus passos eram coordenados e acompanhados. Depois de um dia inteiro, voltava pra casa e toda a mordomia me era oferecida. Beeela infância..
Um belo dia eu acordei, muito estranha. Senti que algo estava diferente. Eu estava sozinha na cama, ninguém do meu lado! Eu acordei com uma musiquinha estranha tocando no meu ouvido. Rapidamente procurei o que era, e estranhei novamente. Era o meu despertador, ninguém me acordava agora, eu apenas dependia daquele objeto pra começar o meu dia. Subi pra cozinha meio desnorteada e quando vi, a mesa estava vazia. Um resto de queijo amarelo num pratinho no canto da geladeira e uma manteiga destampada. Tomei meu café tentando entender o porquê daquela situação, cadê as bolas? Cadê a mordomia? E quando me dei conta, eu estava realmente sozinha ali. Tive que me arrumar correndo, afinal, ninguém tinha arrumado minha mochila! Não tinha mochila, agora era uma bolsa, grande e bem elegante. Me apressei e, antes de sair, olhei na parede um velho calendário sujo, era 5 de agosto de 2009! Meu Deus! Toda aquela estranheza foi tornando-se clara aos poucos na minha mente. Eu cresci. Anos muitos se passaram e eu não era mais criança, me tranformei numa mulher. Uma mulher agora com muitas responsabilidades. Não me acordam mais, não me dão café da manhã, e não me aprontam roupas. Agora faço tudo sozinha e dependo apenas de mim.
Sei que sentirei falta das bolas na cadeira, da mochila pronta, e do carro na porta de casa; mas sei que são passado agora, passado do qual eu nunca vou me esquecer. Mas fazer o quê? Eu cresci, e continuarei crescendo; e aos pouquinhos tudo vai se tornando passado também.

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