segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Equilíbrio.


Estudar a fantástica máquina que é o corpo humano faz refletir e entender muitas coisas do mundo e da vida. Uma delas é que o equilíbrio é o segredo de tudo. Frase meio clichê, mas outra coisa que também tenho aprendido é que o óbvio sempre precisa ser dito. 

Em qualquer esfera, biológica, psíquica, social, o equilíbrio é o que nos mantém hígidos. Muito sal na dieta faz mal, pouco sal também. Muito estudo desenvolve, mas também estressa, confunde e, algumas vezes, angustia. Você não precisa ser o "Rei da Festa", mas também não seja o homem da caverna. 

Essa é a lei da natureza, a lei do equilíbrio. Um limiar frágil, tênue. Pra um lado falta, pro outro sobra. Um limite que quando quebrado, deve-se manejar o retorno à homeostase. Pois é em equilíbrio que saímos ilesos de tempestades. É o equilíbrio que nos permite sermos fortes diante de desafios. É em equilíbrio que nos transformamos e evoluímos.

O equilíbrio é a chave de resolução de muitos dos problemas que nos afligem. Quando estamos desequilibrados, corremos o risco de quebrar. Por isso devemos sempre seguir a nossa métrica pessoal de equilíbrio. A dose de sal certa que estabiliza nossa pressão. Um pouco de exercício, ou muito. Um pouco de música, ou muita. Um pouco de escrita.

Desenvolver essa métrica pessoal de equilíbrio é o verdadeiro autoconhecimento. Entender do que precisamos quando estamos quebrando, desequilibrando, para nos retornar à nossa estabilidade.

Saber manejar o barco em meio à tempestade, corrigir a rota, ajustar as velas, é o que faz manter o veleiro aprumado.



"O equilíbrio é a perfeição." - Aristóteles



quinta-feira, 21 de abril de 2022

O oceano de possibilidades



Existe uma linha tênue entre a expectativa e a realidade. Vivemos de expectativas, planos na cabeça, antecipando os resultados que queremos para planejar as ações que faremos. Mas a realidade é outra coisa, pois ela é influenciada por diversos fatores que não estão sob nosso comando. As expectativas são boas para influenciar nossas ações, mas não determinam nossos resultados.
A vida não é como um copo de água que tomamos do jeito que queremos, mas sim um oceano inteiro que não controlamos e só nos resta aprender a nadar e criar nosso próprio caminho por meio dele. Não controlamos as águas, apenas o nosso nado. E é esse imprevisível o desafio que nos instiga sempre a ir além, a descobrir o que virá depois. São as águas desconhecidas que nos ensinam a nadar e nos tornam cada vez mais ágeis, mais fortes e mais preparados. 
Para isso temos que tomar a decisão de agir, nos manter em movimento e concentrados em nosso nado. Nem sempre serão águas mornas, às vezes virão tempestades, mas o que importa é permanecermos seguindo em frente e construindo nosso caminho. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ter um filho.

Simples dizer mas tão complexo explicar. São tantos pensamentos que vêm à mente que fica difícil expressar um texto coeso. 
Primeiro, assumo que é uma experiência única, sem manual de instruções, tipo feito sob medida.
É por vezes facultativa, mas aos que se permitem viver essa aventura de braços abertos, é indubitavelmente transformadora.
Ter um filho é surpreender-se a cada dia. É descobrir sentimentos antes inexplorados.

No meu caso, além do clichê do amor imensurável, a maternidade trouxe consigo sentimentos desafiadores.
Trouxe medo. Medo de errar, medo de perigos, medo de faltar. Trouxe arrependimento. Arrependimento de achar que não se fez as coisas da melhor maneira, ainda que tudo tenha ocorrido bem.
E principalmente, trouxe dor. Muito mais do que a dor física do parto, a dor da mudança. 

Descobri que mudar dói. Dói ver seu filho que, antes na sua barriga vivendo em completa proteção sintonia com você, agora está solto no mundo e à mercê de todas as coisas.
Dói ter que passá-lo do ventre pro mundo, da sua cama pro berço. Daí então pra outro quarto, outra casa. E ter um filho é viver em constante mudança. É mesmo um amor que dói. 

Mas no final das contas o balanço é sempre positivo. Desde o primeiro sorriso ao acordar, até deitá-lo pra dormir, tudo que se viveu é recompensante.

Ter um filho é como zerar a vida. É pensar que tudo valeu a pena até ali. É um recomeço, é aprender a reeditar sua vida e enxergar o mundo por meio de pequenos olhos alheios, olhos inocentes e cheios de esperança.

Ter um filho é, agora de forma simples, muito amor e felicidade. 

domingo, 3 de janeiro de 2016

Faz sentido.

Parei para perceber que o título do blog faz todo sentido. Constantes nostalgias são como um vício pra mim. Como li hoje num texto sobre comportamento aquariano, nos apegamos às lembranças e às coisas de forma sentimental. E assim sou. Tiro muito proveito de minhas nostalgias. Elas me servem como motivação, como referência empírica para o presente, e também como puro instrumento de análise. Refletir em cima do meu passado me faz entender melhor meu presente. Observar o caminho percorrido me faz entender melhor quem sou hoje.
Relendo meus antigos escritos percebi sentido em muitas coisas que não fazia ideia ao escrever. Hoje eu vejo que tudo sempre foi como deveria ser. Hoje todas as peças, algumas agradáveis e outras meio esquisitas, se encaixam perfeitamente formando um quebra-cabeças limpo e claro. 
Andei aprendendo muito com a aceitação. Acreditar que as coisas tem seu motivo de ser me livra de muitos questionamentos desnecessários. Traz consigo uma leveza libertadora. 
E assim tenho me sentido: leve, livre, feliz. Ainda que com certos desencontros. 
Pensando bem, tais desencontros me motivam mais do que os perdidos encontros. 
Desilusões sempre se tornam objeto de inspiração e me motivam a querer ser o meu melhor, a me conhecer melhor. Me direcionam a um recomeço mais forte e inteligente. Me renovam.
Por isso sou grata por cada uma delas. No fim das contas, desilusões me levam para mais perto de quem eu devo ser.
Agora sim, tudo faz sentido.