quarta-feira, 10 de março de 2010

como uma cicatriz.


E ela nunca o esqueceu, guardou-o às sete chaves escondido no seu coração. Sempre que precisava o resgatava, mas nunca o tirou de seu cativeiro.
Então certa vez permitiu-se abrir, e deixou que ele saísse de dentro de si. Então quando ela sentiu seu cheiro, seu toque, percebeu que era feliz de verdade. E se concretizou. Tudo o que sempre foi imaginário pra ela estava ali, vivo. Sentiu o amor de verdade e tudo parecia muito perfeito.
Até ele dizer: Vou.
E foi. Por dias e noites ela chorou. E quando sozinha novamente foi buscá-lo dentro de si, ele não estava mais lá. Ela o tinha libertado, lembra? Percebeu que livre foi feliz de verdade, mas o deixou voar.
E tudo o que lhe restou foram as lembranças, apenas. O cheiro já se foi, assim como a presença, e talvez o amor. Quem sabe?
Assim ela conta sua história, pois hoje, com os olhos enxutos e a mente tranquila, se sente como uma página em branco pra escrever novas histórias e viver outras vidas. Aquela já se foi.
E ainda assim por mais renovada que esteja, quando se pensa não restar mais nada daquele passado com ela, o carregará sempre nos olhos.

ouvindo: In a darkened room - Skid Row

Um comentário:

  1. É a vida Yoyo,às vezes temos que deixar ir para nos sentirmos mais leve consigo mesma. Agora só resta as lembranças dos momentos bons, que são suficiente para reviver todos os momentos especiais dessa verdadeira felicidade que possuia.

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