Então certa vez permitiu-se abrir, e deixou que ele saísse de dentro de si. Então quando ela sentiu seu cheiro, seu toque, percebeu que era feliz de verdade. E se concretizou. Tudo o que sempre foi imaginário pra ela estava ali, vivo. Sentiu o amor de verdade e tudo parecia muito perfeito.
Até ele dizer: Vou.
E foi. Por dias e noites ela chorou. E quando sozinha novamente foi buscá-lo dentro de si, ele não estava mais lá. Ela o tinha libertado, lembra? Percebeu que livre foi feliz de verdade, mas o deixou voar.
E tudo o que lhe restou foram as lembranças, apenas. O cheiro já se foi, assim como a presença, e talvez o amor. Quem sabe?
Assim ela conta sua história, pois hoje, com os olhos enxutos e a mente tranquila, se sente como uma página em branco pra escrever novas histórias e viver outras vidas. Aquela já se foi.
E ainda assim por mais renovada que esteja, quando se pensa não restar mais nada daquele passado com ela, o carregará sempre nos olhos.
ouvindo: In a darkened room - Skid Row