sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ter um filho.

Simples dizer mas tão complexo explicar. São tantos pensamentos que vêm à mente que fica difícil expressar um texto coeso. 
Primeiro, assumo que é uma experiência única, sem manual de instruções, tipo feito sob medida.
É por vezes facultativa, mas aos que se permitem viver essa aventura de braços abertos, é indubitavelmente transformadora.
Ter um filho é surpreender-se a cada dia. É descobrir sentimentos antes inexplorados.

No meu caso, além do clichê do amor imensurável, a maternidade trouxe consigo sentimentos desafiadores.
Trouxe medo. Medo de errar, medo de perigos, medo de faltar. Trouxe arrependimento. Arrependimento de achar que não se fez as coisas da melhor maneira, ainda que tudo tenha ocorrido bem.
E principalmente, trouxe dor. Muito mais do que a dor física do parto, a dor da mudança. 

Descobri que mudar dói. Dói ver seu filho que, antes na sua barriga vivendo em completa proteção sintonia com você, agora está solto no mundo e à mercê de todas as coisas.
Dói ter que passá-lo do ventre pro mundo, da sua cama pro berço. Daí então pra outro quarto, outra casa. E ter um filho é viver em constante mudança. É mesmo um amor que dói. 

Mas no final das contas o balanço é sempre positivo. Desde o primeiro sorriso ao acordar, até deitá-lo pra dormir, tudo que se viveu é recompensante.

Ter um filho é como zerar a vida. É pensar que tudo valeu a pena até ali. É um recomeço, é aprender a reeditar sua vida e enxergar o mundo por meio de pequenos olhos alheios, olhos inocentes e cheios de esperança.

Ter um filho é, agora de forma simples, muito amor e felicidade. 

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