domingo, 15 de março de 2009

Amanhecer de um Domingo.


Reunião de família (pouco) cheia. Dia de Domingo na casa Nobre. O Sol nasceu como não via a muito tempo; adentrava pela janela da cozinha, iluminando a lajota gasta e refletindo na minha pele. Meus olhos recém-acordados ardiam com a sua luz, seus raios solares acariciavam cada cutícula dos fios do meu cabelo (ainda não penteados). O galo desordenado do vizinho cantava a cada 2 minutos. Eram oito horas da manhã. Despertei como se deve num dia como esses, descansada. Comecei a me organizar quanto à vida pessoal. Ontem o dia foi cansativo e demasiado chato.

Não demora muito e o resto da casa acorda. Começam então os papos matinais, conversas jogadas fora, indagações filosóficas, e aprendizados históricos. Essa é a manhã da Família Nobre: calma (no que se julga exteriormente).

Não demora muito e o dia começa a se tornar ativo; cada um se ocupa a fazer seu ofício rotineiro. Criança corre, brigam e chora. Alguns gritos ecoam até os vizinhos, mas ninguém se incomoda, já se acostumaram.

O dia vai passando, e percebo que aquele sol não irradiava mais de tal maneira. Parece que aquela sensação ao acordar era apenas um Bom Dia da natureza para mim. Parece que ela sabe que precisa de mim, e eu dela.

Quando criança, eu era mais junta da Natureza. Quintal cheio de plantas, com as quais brincava o dia todo. Não tinha amigos nessa época. Então como sempre era a primeira da casa a acordar. Ficava lendo coisas, arrumava outras. Fazia qualquer coisa, calmamente. E assistia o nascer do sol. É uma sensação inconfundível, insubstituível. Tem um cheiro peculiar, que vem das árvores das montanhas que se projetam aos arredores da casa. É muito bom, alivia qualquer coisa.

Tive esse momento hoje, e lembrei de quando era criança. Faz tempo. Isso me lembrou de quando não tinha preocupações que tenho hoje. Me fez sentir muuito bem, regenerada.
Este amanhecer foi suficiente para me manter de pé pelo resto do dia, até agora, momento no qual escrevo.

Um breve e momentâneo retorno ao passado me deixou feliz. Pude perceber uma mensagem da vida, talvez na Natureza pra mim, a qual traduzi da seguinte maneira:
" Olhe para dentro de você. Lembre-se de quando era criança e ficava a observar a natureza. Veja, você era feliz consigo mesma! A sociedade não exercia tanta coersão sobre você, e a sua companhia já lhe era suficiente! Sinta-se agora como se sentia naquela época, e tome isso de exemplo para sua presente situação. Faça com que este momento sirva de solução para seu problema. Encontre seu equilíbrio dentro de si mesma. "

Não sei de quem veio este recado; tenho a idéia de que seja a Natureza, ou alguma manifestação divina. Talvez tenha vindo de dentro de mim mesma. Não importa. As duas hipóteses ficam na minha cabeça: ou a Natureza, ou mesmo a criança que fui, que ainda tenho guardada dentro de mim, quer ser a minha amiga agora. Essa sim tem a força que eu preciso.

E não demorou muito, choveu.

Um comentário:

  1. Que linda, a minha amiga é amiga da natureza. =)

    Adorei o linguajar empregado!

    Crônistaaa!

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