sexta-feira, 18 de abril de 2025

Escolhas.


A experiência sempre traz sabedoria. O tempo é implacável, e cada escolha que fazemos define nosso futuro e quem nos tornamos. Cada vez mais vejo claramente que somos fruto de nossas escolhas, cada uma delas. Parece tão óbvio, mas o óbvio sempre precisa ser dito. E uma escolha que influencia profundamente nosso futuro são as pessoas que escolhemos colocar em nossas vidas. É como escolher qual música vai tocar no fundo, influenciando nossas atitudes e nosso humor diário. Ouvi dizer que tratamos as pessoas próximas como tratamos a nós mesmos. Então talvez o contrário também seja verdadeiro, e para começar a nos admirar, devamos admirar os outros à nossa volta.

Ultimamente tenho sentido tanta insegurança, confesso que já fui mais confiante de mim. Bem lá no fundo eu sei que sou boa. Também sei que posso me tornar a melhor que posso ser. Mas as circunstâncias tem virado um nevoeiro, junto com uma ventania que não me deixa andar com pés firmes. Mas sigo caminhando e avançando, uma hora tudo vai se encaixar, isso eu tenho certeza. Eu confio que tenho um propósito, e confio que a maré vai me guiar para o meu destino. Respiro fundo e aceito o que tiver que ser, pois sei quem eu sou e quem eu quero me tornar, e também sei que tudo cooperará a favor, pois as cartas do jogo já foram dadas.

Por hora, é tempo de me concentrar, voltar a olhar para dentro e arrumar a casa, tirar a poeira e deixar a energia fluir. Como nos velhos tempos. Escrever, me exercitar, comer bem, tudo isso é cuidar da casa. Fortalecer o interior, para avançar pela tempestade com pés firmes. Superar a mim mesma. Que isso seja uma prática diária, e se torne um hábito. Deixar a força crescer de dentro para fora, assim como a brasa fomenta o fogo. E o mais difícil disso tudo é reconhecer que tudo deve ser feito agora, pois o agora é a única coisa que temos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Equilíbrio.


Estudar a fantástica máquina que é o corpo humano faz refletir e entender muitas coisas do mundo e da vida. Uma delas é que o equilíbrio é o segredo de tudo. Frase meio clichê, mas outra coisa que também tenho aprendido é que o óbvio sempre precisa ser dito. 

Em qualquer esfera, biológica, psíquica, social, o equilíbrio é o que nos mantém hígidos. Muito sal na dieta faz mal, pouco sal também. Muito estudo desenvolve, mas também estressa, confunde e, algumas vezes, angustia. Você não precisa ser o "Rei da Festa", mas também não seja o homem da caverna. 

Essa é a lei da natureza, a lei do equilíbrio. Um limiar frágil, tênue. Pra um lado falta, pro outro sobra. Um limite que quando quebrado, deve-se manejar o retorno à homeostase. Pois é em equilíbrio que saímos ilesos de tempestades. É o equilíbrio que nos permite sermos fortes diante de desafios. É em equilíbrio que nos transformamos e evoluímos.

O equilíbrio é a chave de resolução de muitos dos problemas que nos afligem. Quando estamos desequilibrados, corremos o risco de quebrar. Por isso devemos sempre seguir a nossa métrica pessoal de equilíbrio. A dose de sal certa que estabiliza nossa pressão. Um pouco de exercício, ou muito. Um pouco de música, ou muita. Um pouco de escrita.

Desenvolver essa métrica pessoal de equilíbrio é o verdadeiro autoconhecimento. Entender do que precisamos quando estamos quebrando, desequilibrando, para nos retornar à nossa estabilidade.

Saber manejar o barco em meio à tempestade, corrigir a rota, ajustar as velas, é o que faz manter o veleiro aprumado.



"O equilíbrio é a perfeição." - Aristóteles



quinta-feira, 21 de abril de 2022

O oceano de possibilidades



Existe uma linha tênue entre a expectativa e a realidade. Vivemos de expectativas, planos na cabeça, antecipando os resultados que queremos para planejar as ações que faremos. Mas a realidade é outra coisa, pois ela é influenciada por diversos fatores que não estão sob nosso comando. As expectativas são boas para influenciar nossas ações, mas não determinam nossos resultados.
A vida não é como um copo de água que tomamos do jeito que queremos, mas sim um oceano inteiro que não controlamos e só nos resta aprender a nadar e criar nosso próprio caminho por meio dele. Não controlamos as águas, apenas o nosso nado. E é esse imprevisível o desafio que nos instiga sempre a ir além, a descobrir o que virá depois. São as águas desconhecidas que nos ensinam a nadar e nos tornam cada vez mais ágeis, mais fortes e mais preparados. 
Para isso temos que tomar a decisão de agir, nos manter em movimento e concentrados em nosso nado. Nem sempre serão águas mornas, às vezes virão tempestades, mas o que importa é permanecermos seguindo em frente e construindo nosso caminho. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ter um filho.

Simples dizer mas tão complexo explicar. São tantos pensamentos que vêm à mente que fica difícil expressar um texto coeso. 
Primeiro, assumo que é uma experiência única, sem manual de instruções, tipo feito sob medida.
É por vezes facultativa, mas aos que se permitem viver essa aventura de braços abertos, é indubitavelmente transformadora.
Ter um filho é surpreender-se a cada dia. É descobrir sentimentos antes inexplorados.

No meu caso, além do clichê do amor imensurável, a maternidade trouxe consigo sentimentos desafiadores.
Trouxe medo. Medo de errar, medo de perigos, medo de faltar. Trouxe arrependimento. Arrependimento de achar que não se fez as coisas da melhor maneira, ainda que tudo tenha ocorrido bem.
E principalmente, trouxe dor. Muito mais do que a dor física do parto, a dor da mudança. 

Descobri que mudar dói. Dói ver seu filho que, antes na sua barriga vivendo em completa proteção sintonia com você, agora está solto no mundo e à mercê de todas as coisas.
Dói ter que passá-lo do ventre pro mundo, da sua cama pro berço. Daí então pra outro quarto, outra casa. E ter um filho é viver em constante mudança. É mesmo um amor que dói. 

Mas no final das contas o balanço é sempre positivo. Desde o primeiro sorriso ao acordar, até deitá-lo pra dormir, tudo que se viveu é recompensante.

Ter um filho é como zerar a vida. É pensar que tudo valeu a pena até ali. É um recomeço, é aprender a reeditar sua vida e enxergar o mundo por meio de pequenos olhos alheios, olhos inocentes e cheios de esperança.

Ter um filho é, agora de forma simples, muito amor e felicidade.